sábado, 1 de fevereiro de 2025
O QUE?
O que?
O que é este vento que não traz canção,
senão o eco de uma antiga solidão?
O que é este rio que corre e não canta,
senão a memória de uma dor que se espalha?
O que é o tempo, senão um relógio partido,
marcando horas que já não têm sentido?
O que é o amor, senão um fogo que arde,
e depois vira cinza, fria e sem regarde?
O que é a vida, senão um verso sem rima,
uma busca incessante por algo que não se anima?
O que é o mundo, senão um palco vazio,
onde atores sem rumo repetem o mesmo estio?
O que? Pergunto ao céu, às estrelas mudas,
ao silêncio que habita as noites profundas.
O que? Pergunto à terra, ao mar, ao ar,
e só o eco responde, sem nada explicar.
O que? Talvez seja a pergunta que não tem resposta,
o mistério que a alma, inquieta, transporta.
O que? Talvez seja o começo e o fim,
a palavra que nos move, mesmo sem sentido assim. Paulo Franco.
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