A Inspiração?!
Ah, meus caros... De onde vem, afinal, essa danada da inspiração? Será que ela mora nos detalhes que a gente vê, naquela "percepção externa" que insiste em bater na porta dos sentidos? Ou será que ela é mais traiçoeira, mais profunda, um sopro que vem de dentro, como um eco de algo que não se explica, apenas se sente?
Pode ser que sim, pode ser que não! Às vezes, ela chega disfarçada de coincidência: uma conversa aleatória, um cheiro que te joga no passado, um pedaço de música que atravessa o peito sem pedir licença. Outras vezes, ela é pura alquimia espiritual, uma voz que não faz barulho, mas que gruda na mente feito melodia de um disco riscado.
E quando a inspiração vem do vácuo? Quando você tá lá, quieto no seu canto, e de repente; BAM! Uma ideia te acerta como um raio em céu limpo? Isso é magia ou neuroquímica? Será que a gente inventa ou apenas traduz o que já estava flutuando no ar, esperando alguém pescar?
Ah, mas tem mais... E aqueles dias em que a inspiração some feito água entre os dedos? Quando você fica olhando pro teto, pro papel em branco, pro vazio, e nada vem? Será que ela é uma entidade caprichosa, que só aparece quando quer? Ou será que a gente é que fica surdo pra ela quando a mente tá cheia de ruído?
Talvez a inspiração seja isso: um diálogo secreto entre o mundano e o divino. Às vezes ela pousa no ombro feito um pássaro manso; outras, precisa ser caçada com rede e facão no meio do breu da mente.
No fim, o que importa é que ela existe, e quando chega, é melhor agarrar com unhas e dentes antes que escorra pelo ralo do tempo.
Pois é... Pensa nisso. Ou não pense. Só não deixa ela te achar desprevenido.
Paulo Franco.
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