Eu e a porteira

La no ranchinho, sentado na porteira, vejo A sexta hora chegar...Já começa escurecer e o iambú começa Cantar...Leia mais!

Ferro frio

Há quanto tempo você vem batendo em ferro frio? Às vezes você tem pelejado com algo em sua .Leia mais...

Olhai os lírios do campo

O verão vem chegando, as folhas caem... O vento sussurra a esperança se vai...Leia mais...

Pirncipe e princesa

Um príncipe casou, muitos foram ver e outros o criticou... A quantas andaria o amor?Leia mais...

Será que vou conseguir?

Na vida, às vezes passamos por problemas Que julgamos não poder mais prosseguir... É como se estivéssemos diante de uma porta Que fosse muito pequena...Leia mais...

O infinito

Uma amiga me pediu para escrever uma poesia Usando o infinito... Mais o que seria o infinito?Leia mais...

O infinito

Se todos te quisessem como eu Você seria a pessoa mais querida do mundo... Se todos te amassem como eu Você seria uma deusa... Se todos te adorassem como eu Você seria minha para sempre... Leia mais...

segunda-feira, 15 de setembro de 2025

Amanheceu aqui na fazenda.


 

Amanheceu aqui na fazenda.


O gado chegou ontem, cansado da estrada, mas firme.

Todos já estão no curral, prontos pra lida.

O galo cantou antes do sol, como quem avisa: “é hora!”


As novilhas, novatas na vida,

esperam seu primeiro leite com um olhar manso.

A outra parte... ah, essa vai pra você,

caminhoneiro que escuto passar na estrada vermelha,

aguardando um queijinho fresco, um pãozinho macio

e aquele cafezinho passado na hora!


Ai, ai... que maravilha é contemplar tudo isso.

Esse cheiro de terra molhada, de curral limpo,

de vida que recomeça com o canto do dia.


E esse sabor, amigo, vai longe...

Vai até sua casa,

vai chegar no seu lar.

Porque aqui no campo,

o amor também é colhido de manhã cedo. Paulo Franco.

quinta-feira, 11 de setembro de 2025

Prosa poética

 

Prosa poética


A gratidão... ela não é um simples "obrigado" dito por educação. Não. Ela é mais profunda, é um estado de alma. É quando a gente para no meio do corre-corre, olha em volta e, num rompante de lucidez, aprende a dar valor ao que se tem. Ao que já veio e ficou, às cicatrizes que viraram história, à mesa não tão farta, mas compartilhada. E, num ato de coragem, também ao que ainda está por vir, àquela semente que a gente planta no escuro, confiando na chuva e no sol que ainda não viram.


Agora, o reconhecimento... ah, esse é diferente. Esse é a ponte. É o fio que tece a nossa pequenez com a grandeza d'Ele. Não é sobre merecimento, porque merecer... merecer a gente não merece nada. A vida não é uma troca, um sistema de pontos. É sobre graça. Pura e simples.


E aí brota esse sentimento, sabe? É um sentimento lucrativo, no sentido mais rico da palavra. Não lucrativo pro bolso, mas pro espírito. Ele enriquece a alma de uma paz que o mundo não vende. É quando você olha pra um amanhecer, pro abraço inesperado, pro pão de cada dia que apareceu na hora certa, e você tem a certeza. A certeza de que aquilo foi um presente. Um presente embrulhado em mistério, entregue por mãos invisíveis.


É aquele momento de clareza em que você sussurra: "Isso não foi por mim, não foi pela minha força... foi por Ele." E aí, no peito, não cabe gratidão. Cabe é um reconhecimento calado, uma dívida de amor que se paga apenas vivendo, honrando cada presente imerecido.


É isso. Reconhecer é se render à evidência de que somos amados, muito além do que qualquer merecimento poderia alcançar.        Paulo Franco.


quarta-feira, 3 de setembro de 2025

SENHOR, EU PRECISO DE PAZ

 

Senhor,


Diante de Ti, eu me coloco com o coração aberto.

Eu preciso de Paz.

Não apenas uma calma passageira, mas aquela Paz profunda que só o Senhor pode dar.

A Paz que acalma a tempestade dentro de mim, que silencia as ansiedades da minha mente e aquieta o meu espírito inquieto.

Que eu seja um oásis de tranquilidade, mesmo no meio do caos.


Eu preciso de Serenidade.

A serenidade para aceitar as coisas que não posso mudar,

a coragem para mudar aquelas que posso,

e a sabedoria para distinguir uma da outra.

Que eu possa confiar plenamente no Teu cuidado, sabendo que em cada momento da minha vida, Tu estás comigo, guiando os meus passos.

Que nada me perturbe, nada me espante.


E eu preciso de Amor.

Mais do que receber amor, Senhor, eu te peço: ensina-me a amar.

Amplia a minha capacidade de amar.

Tira do meu coração todo o julgamento, o egoísmo e o medo que me impedem de amar livre e profundamente.

Que o meu amor seja gesto de bondade, palavra de ânimo, ouvido atento e mão estendida.

Enche-me do Teu Amor, para que eu possa transbordar e levar isso aos outros.


Senhor, eu Te entrego este meu desejo.

Acredito que o Senhor já está atendendo ao meu pedido,

pois foi o próprio Senhor quem colocou esta súplica no meu coração.


Assim seja. Amém.                              Paulo Franco.


quarta-feira, 20 de agosto de 2025

FALSIDADE

 

FALSIDADE


Uma amiga me pediu para escrever sobre falsidade. A mente, traiçoeira, logo fugiu para idade. Pensei nas criancinhas, dessas que não têm maldade, cujo sorriso é um mapa do tesouro com o "X" marcando o lugar do coração. Lembrei das palavras do Mestre: "Deixai vir a mim as criancinhas, pois delas é o reino do céu." Um reino onde as palavras significam o que são, sem dicionários para explicar o amor.


Corri ao dicionário, buscando o antônimo exato daquela sombra. Falsidade. Encontrei "veracidade", "sinceridade". Termos secos, técnicos, que não cheiram a nada. Fiquei decepcionado. Parecia que o livro todo estava confuso, embaralhando definições de almas com um dicionário interno desregulado.


O mundo precisava de uma nova edição, revisada e ampliada. E eu, se pudesse, reescreveria aquelas páginas gastas. Revisaria "veracidade" a tinta vermelha e, na margem, com letra de criança, escreveria LEALDADE.


Eis que a vida, poetisa maior, ditou o verbete.


Num canto de calçada, o mundo se reduzia. Um velhinho, mapa de rugas contando histórias de solidão, deitado sobre um colchão de papelão. Ao lado, sua carroça de papel, cujo motor é a força da mão e a teimosia de existir. Em seu colo, um rabo abanava preso a um corpo peludo, um lindo e alegre cachorrinho. Dois reis destronados, donos de um império de afeto.


Então, o asfalto rugiu. Um lindo carrão, blindado contra a realidade, parou. Dele desceu um furacão de perfume francês, um cheiro tão forte que quase apagou o cheiro do mundo. Uma senhora muito rica, envolta em fios de ouro e tecidos que custam mais que todos os sonhos daquela calçada.


O valor daquele frasco, pensei, daria para comprar ração para o resto da vida do cão. Uma vida inteira de lealdade, trocada por algumas gotas de aroma que não conseguem mascarar o vazio.


Ela olhou, apontou. Disse: "Que gracinha!" A palavra, oca, ecoou contra o muro e se esvaiu no vento, um elogio não ao conjunto, mas ao acessório fofo. Ela passou. Levou o perfume. Levou o elogio vazio. Deixou a falsidade pairando no ar, como um gás pesado e doce.


E então, o verbete se completou.


O cachorrinho não leu dicionários. Não entendeu de perfumes ou carros. Ele levantou o focinho, observou a fina rainha que partiu, e então… enterrou sua cabeça no colo surrado do velhinho. Em um ato singelo, profundo e definitivo, o amou.


Ali, naquela calçada, estava a definição viva. O antônimo de falsidade não é uma palavra. É um gesto. É a lealdade que aquece o colo mais frio, que escolhe o afeto sobre o conforto, que abana o rabo mesmo quando o mundo todo passa ao largo, sem ver os reis que ali habitam.


O dicionário estava mesmo errado. E o cachorro, sábio professor de uma única cátedra, o reescreveu com um simples, e eterno, ato de amor.


Paulo Franco.




sábado, 16 de agosto de 2025

Lua Nova de Elul

 

Lua Nova de Elul


Entre o verão que se dobra

e o outono que sussurra,

ergue-se Elul

lua fina, faca de prata,

cortando o tempo em silêncio.


Os campos já não gritam colheitas,

os rios carregam espelhos fundos

onde os justos lavam seus nomes.

Até os pássaros,

esses loucos cantores

ficam quietos,

de bicos fechados,

ouvindo o shofar invisível

que só toca no peito.


O mercador conta suas moedas,

o poeta, suas palavras vazias.

Até o mendigo na esquina

rei sem coroa

revira os bolsos,

achando migalhas de perdão.


De noite, as estrelas piscam códigos:

"Quem tem medo do ano que vem?"

E a lua, sempre ela,

velha fiandeira

tece fios de mel

sobre os telhados.


Elul não é mês, é portal.

Passagem estreita

onde até as sombras

precisam de luz.


Que comece a dança dos arrependidos.

O céu está pronto

para escutar.                     Paulo Franco.


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