Eu e a porteira

La no ranchinho, sentado na porteira, vejo A sexta hora chegar...Já começa escurecer e o iambú começa Cantar...Leia mais!

sexta-feira, 4 de abril de 2025

Deus não deu poderes para as baratas

Deus não deu poderes para as baratas Deus, em Sua infinita sabedoria, negou-lhes o poder. Mas não lhes tirou a audácia. As baratas sobem, descem, invadem, rastejam com uma altivez de quem desafia a própria criação. Sobem pelas paredes como demônios de asas sujas, encarando-nos de cima, num olhar frio e desafiador... Se lhes fosse dado o poder de matar, ah, meu irmão, a humanidade já teria sucumbido. Elas não fogem, não recuam, avançam. Atacam impiedosamente, como se carregassem dentro de si o ódio de todas as eras. Movem-se com uma certeza assassina, como se soubessem que, um dia, a casa será delas... Mas não, graças a Deus. Não têm veneno, não têm garras, não têm dentes que rasgam carne. Apenas têm asas, pernas rápidas e uma coragem que parece emprestada do inferno. E isso já basta para nos lembrar: há criaturas que, se pudessem, fariam deste mundo um pesadelo... A barata é uma ameaça que rasteja, que voa, que desafia. Mas não é dona da morte, ainda bem. Porque se um dia ganhassem tal poder, seria o fim de nós todos. E elas, lá do alto das paredes, ririam. Paulo Franco.

segunda-feira, 31 de março de 2025

O SEGREDO DO SHABBAT

O SEGREDO DO SHABBAT Há um silêncio que não é vazio. Há uma luz que não vem do sol. Há um pão que não é apenas pão, e um vinho que guarda o sabor da criação. O Shabbat não é um dia, é um portal. Quem entra nele deixa para trás o peso dos relógios, a tirania das horas, e descobre que o tempo, afinal, pode ser um rio que não corre, mas simplesmente é. Os anjos, dizem os sábios, cantam uma melodia que o ouvido não ouve, mas a alma reconhece. E quem acende as velas com mãos tremulas, quem cobre os olhos e murmura a bênção, ouve por um instante o rumor de asas invisíveis. O segredo não está no descanso, mas no despertar dentro do repouso. Não na ausência de trabalho, mas na presença do sagrado. Deus não parou no sétimo dia para descansar parou para ensinar aos homens que algumas coisas só se alcançam quando se deixam de perseguir. O Shabbat foi feito para o homem Não o homem para o Shabbat É para ser um dia santo. Paulo Franco.

sexta-feira, 21 de março de 2025

Cabala, a Árvore da Vida

Cabala, a Árvore da Vida A Cabala (ou Kabbalah) é uma tradição mística e esotérica do judaísmo que busca compreender a natureza de Deus, a criação do universo e o papel do ser humano dentro desse cosmos divino. Uma das representações mais conhecidas e profundas da Cabala é a Árvore da Vida (Etz Chaim, em hebraico), um diagrama composto por dez esferas interconectadas (chamadas Sefirot) que simbolizam os atributos divinos e os caminhos pelos quais a energia espiritual flui do Criador para o mundo material. A Árvore da Vida é um mapa espiritual que oferece insights sobre a estrutura do universo, a alma humana e a conexão entre o divino e o terreno. Origens da Cabala A Cabala tem suas raízes na tradição judaica, com textos fundamentais como o Zohar (Livro do Esplendor) e o Sefer Yetzirah (Livro da Criação). Esses escritos exploram os mistérios da Torá de forma simbólica e metafísica, indo além da interpretação literal. A Cabala não é apenas um sistema filosófico, mas também uma prática espiritual que busca elevar a consciência e aproximar o indivíduo de Deus. A Árvore da Vida: Estrutura e Significado A Árvore da Vida é composta por dez Sefirot (singular: Sefirá), que representam diferentes aspectos da divindade e da criação. Essas esferas estão organizadas em três pilares verticais e conectadas por 22 caminhos, que correspondem às 22 letras do alfabeto hebraico. Cada Sefirá tem um nome, um significado e uma função específica, e juntas formam um sistema dinâmico de interações espirituais. Os Três Pilares 1. Pilar da Direita (Chesed - Misericórdia): Representa a expansão, a generosidade e a energia masculina. 2. Pilar da Esquerda (Gevurah - Julgamento): Representa a restrição, a disciplina e a energia feminina. 3. Pilar do Meio (Tiferet - Beleza): Representa o equilíbrio e a harmonia entre os dois extremos. As Dez Sefirot 1. Keter (Coroa): A primeira Sefirá, representa a vontade divina, a origem de tudo e a conexão com o infinito (Ein Sof). 2. Chochmah (Sabedoria): A centelha inicial da criação, a inspiração pura e a intuição. 3. Binah (Entendimento): A capacidade de compreender e estruturar a sabedoria, associada à introspecção e ao discernimento. 4. Chesed (Misericórdia): A bondade, a generosidade e o amor incondicional. 5. Gevurah (Julgamento): A força, a disciplina e a justiça divina. 6. Tiferet (Beleza): O equilíbrio entre misericórdia e julgamento, representando a harmonia e a compaixão. 7. Netzach (Vitória): A eternidade, a persistência e a força criativa. 8. Hod (Glória): A humildade, a gratidão e a capacidade de se render ao divino. 9. Yesod (Fundação): A conexão entre o espiritual e o material, representando a sexualidade e a estabilidade. 10. Malkut (Reino): A manifestação física, o mundo material e a presença divina na Terra. Os 22 Caminhos Os caminhos que conectam as Sefirot correspondem às 22 letras do alfabeto hebraico, cada uma carregando um significado espiritual profundo. Esses caminhos representam as jornadas da alma, os processos de transformação e as conexões entre os diferentes aspectos da divindade e da existência. A Jornada Espiritual na Árvore da Vida A Árvore da Vida não é apenas um diagrama estático, mas um mapa para a jornada espiritual do ser humano. Ela oferece um caminho de ascensão, começando em Malkut (o mundo material) e subindo até Keter (a conexão com o divino). Essa jornada envolve o equilíbrio entre os atributos divinos, o autoconhecimento e a transformação interior. • Descida da Energia Divina: A energia flui de Keter até Malkut, representando a criação do universo e a manifestação de Deus no mundo material. • Ascensão Humana: O ser humano pode percorrer os caminhos da Árvore da Vida em direção a Keter, buscando a iluminação e a união com o divino. A Árvore da Vida e o Ser Humano A Árvore da Vida também é um espelho da alma humana. Cada Sefirá corresponde a uma parte da psique e da experiência humana: • Keter: A essência da alma. • Chochmah e Binah: A mente intuitiva e racional. • Chesed e Gevurah: As emoções de amor e disciplina. • Tiferet: O coração e o equilíbrio interior. • Netzach e Hod: A criatividade e a comunicação. • Yesod: O subconsciente e os instintos. • Malkut: O corpo físico e a realidade material. Aplicações Práticas da Cabala A Cabala e a Árvore da Vida não são apenas conceitos teóricos, mas ferramentas práticas para o crescimento espiritual. Através da meditação, do estudo e da prática dos ensinamentos cabalísticos, o indivíduo pode: • Equilibrar suas emoções e pensamentos. • Compreender seu propósito na vida. • Desenvolver uma conexão mais profunda com Deus. • Transformar desafios em oportunidades de crescimento. Conclusão A Árvore da Vida é um dos símbolos mais poderosos e profundos da Cabala, representando a estrutura do universo, a jornada da alma e a conexão entre o divino e o humano. Através dela, podemos compreender não apenas os mistérios de Deus, mas também a nossa própria natureza espiritual. A Cabala, com sua riqueza simbólica e ensinamentos profundos, continua a inspirar e guiar aqueles que buscam uma vida de significado, equilíbrio e conexão com o sagrado. Como diz o Zohar: "A luz está oculta na Torá, e a Torá está oculta na luz." A Árvore da Vida é um caminho para desvendar essa luz. Paulo Franco.

quinta-feira, 20 de março de 2025

O Peitoril da Estola Sacerdotal

O Peitoril da Estola Sacerdotal No livro do Êxodo, capítulo 28, versículos 15 a 30, encontramos uma descrição minuciosa do peitoral do juízo, uma peça sagrada que integrava as vestes sacerdotais. Este peitoral, confeccionado com esmero e reverência, era adornado com doze pedras preciosas, cada uma representando uma das doze tribos de Israel. As pedras, engastadas em ouro, eram dispostas em quatro fileiras de três, formando um mosaico de cores e significados que transcendiam a mera estética. Cada pedra, além de seu valor material, carregava um simbolismo profundo, ligado à identidade e ao propósito de cada tribo, e, de modo mais elevado, ao testemunho de Jesus Cristo. As pedras e suas tribos correspondentes eram as seguintes: Sárdio: Simbolizava a tribo de Rúben, representando a coragem, a força primária que impulsiona o homem a enfrentar os desafios da vida. Topázio: Associado à tribo de Gade, representava a força, não apenas física, mas também espiritual, necessária para superar as adversidades. Carbúnculo: Ligado à tribo de Zebulom, simbolizava a vitalidade, a energia divina que sustenta a vida e a criação. Esmeralda: Representava a tribo de Levi, trazendo consigo a esperança, a luz que guia o povo em meio às trevas. Safira: Associada à tribo de Issacar, simbolizava a sabedoria, o discernimento que vem do alto para conduzir os caminhos do homem. Diamante: Representava a tribo de Naftali, trazendo a pureza, a integridade que reflete a santidade de Deus. Jacinto: Ligado à tribo de Aser, simbolizava a graça, o favor imerecido que Deus concede aos seus escolhidos. Ágata: Representava a tribo de Simeão, trazendo a estabilidade, a firmeza necessária para manter-se firme na fé. Ametista: Associada à tribo de Dã, simbolizava a humildade, a virtude que nos lembra da nossa dependência de Deus. Crisólito: Representava a tribo de Zebulom, trazendo a misericórdia, o amor compassivo que cobre uma multidão de pecados. Ônix: Ligado à tribo de José, simbolizava a proteção, o cuidado divino que guarda o seu povo. Berilo: Representava a tribo de Benjamim, trazendo a justiça, o fundamento do trono de Deus e a base do seu governo. Além do simbolismo espiritual, as pedras preciosas do peitoral tinham uma função prática no ministério sacerdotal. Quando o sumo sacerdote adentrava o Santo dos Santos, as pedras brilhavam, refletindo a glória e a presença de Deus. Esse brilho não era meramente físico, mas um sinal visível da união entre Deus e o seu povo, uma aliança que transcendia o tempo e o espaço. As pedras preciosas, portanto, não eram apenas adornos, mas testemunhas silenciosas de uma verdade profunda: a conexão entre o divino e o humano. Elas nos lembram que cada tribo, cada indivíduo, tem um lugar no coração de Deus, e que, juntos, formamos um mosaico vivo, uma obra de arte espiritual que reflete a glória do Criador. Assim, o peitoral do juízo nos convida a contemplar não apenas a beleza das pedras, mas a profundidade do amor de Deus, que escolheu habitar entre os homens e se revelar através de símbolos que falam à nossa alma. Cada pedra, cada tribo, cada significado, aponta para Cristo, a pedra angular, o sumo sacerdote que nos une a Deus e nos torna participantes da sua natureza divina. Paulo Franco.
Pages 381234 »

LEITURA

LEITURA

 
Real Time Web Analytics