Eu e a porteira

La no ranchinho, sentado na porteira, vejo A sexta hora chegar...Já começa escurecer e o iambú começa Cantar...Leia mais!

Ferro frio

Há quanto tempo você vem batendo em ferro frio? Às vezes você tem pelejado com algo em sua .Leia mais...

Olhai os lírios do campo

O verão vem chegando, as folhas caem... O vento sussurra a esperança se vai...Leia mais...

Pirncipe e princesa

Um príncipe casou, muitos foram ver e outros o criticou... A quantas andaria o amor?Leia mais...

Será que vou conseguir?

Na vida, às vezes passamos por problemas Que julgamos não poder mais prosseguir... É como se estivéssemos diante de uma porta Que fosse muito pequena...Leia mais...

O infinito

Uma amiga me pediu para escrever uma poesia Usando o infinito... Mais o que seria o infinito?Leia mais...

O infinito

Se todos te quisessem como eu Você seria a pessoa mais querida do mundo... Se todos te amassem como eu Você seria uma deusa... Se todos te adorassem como eu Você seria minha para sempre... Leia mais...

segunda-feira, 28 de abril de 2025

O Melhor que Me Aconteceu

O Melhor que Me Aconteceu

Você foi e é o melhor da minha sorte,
O amor já morto, em cinzas disperso...
Mas veio você, trouxe a luz tão forte,
Renasceu em mim o verso mais diverso.

Eu jurei não amar, viver sem chama,
O peito era um rio seco, sem canção.
Surgiu você — e a vida se derrama
Em doce enchente, pura como um dom.

Não foi por acaso, não foi destino,
Foi obra do céu, talvez poesia.
Seu nome em meu peito é meu caminho,
Eternidade num só dia.

Ah, meu amor, você me fez de novo,
Descartado eu era... mas hoje sou seu povo.     Paulo Franco.

(Por Paulo Franco, o Shakespeare de Uberlândia)

sexta-feira, 18 de abril de 2025

A PAIXÃO DE CRISTO SOB A ÓTICA JUDAICA: UMA ANÁLISE PROFUNDA

A PAIXÃO DE CRISTO SOB A ÓTICA JUDAICA: UMA ANÁLISE PROFUNDA

Por Paulo Franco,

(Uma abordagem que respeita ambas as tradições, revelando nuances históricas e teológicas)

A visão dos judeus convertidos ao cristianismo (conhecidos como judeus messiânicos ou cristãos de origem judaica) sobre a Paixão de Cristo é profundamente influenciada por sua dupla herança espiritual. Sua interpretação geralmente une elementos da tradição judaica com a fé cristã, criando uma perspectiva única. Aqui está uma análise detalhada:

1. A Paixão como Cumprimento Profético
    • Leitura messiânica do Tanach (Antigo Testamento):
    • Judeus cristãos veem a Paixão como o cumprimento direto das profecias judaicas, como:
      
    • Salmo 22 ("Transpassaram minhas mãos e meus pés") → Crucifixão.
      
    • Isaías 53 ("Homem de dores, aquinhoado com o sofrimento") → Sofrimento expiatório de Jesus.
      
    • Zacarias 12:10 ("Olharão para Aquele que traspassaram") → Luto por Jesus como Messias.

Comparação com o Pessach:

Muitos veem Jesus como o "Cordeiro Pascal" (Êxodo 12), cujo sangue traz libertação espiritual. A Última Ceia é interpretada como um Seder de Pessach messiânico.

2. A Questão do Sacrifício e Expiação

    • Sacrifício único vs. sistema do Templo:
    • Enquanto o judaísmo rabínico enfatiza o arrependimento (teshuvá) e, historicamente, os sacrifícios animais, judeus cristãos creem que:
      
    • Jesus cumpriu e substituiu o sistema sacrificial (Hebreus 9-10).
      
    • Seu sangue tem o mesmo significado simbólico que o sangue do cordeiro no Êxodo.
A Visão Judaica Tradicional ortodoxo sobre a Paixão de Cristo
Contexto Histórico

O judaísmo não reconhece Jesus como Messias ou divindade. Os eventos da Paixão são vistos como um relato histórico sobre um judeu do século I que foi executado pelos romanos, sem significado salvífico.

A crucificação era um método romano de execução, não uma prática judaica (o judaísmo antigo praticava o apedrejamento para crimes capitais).

I. AS RAÍZES DO DIVÓRCIO INTERPRETATIVO

1. O Problema Hermenêutico

    • Os cristãos leem o Tanach (Antigo Testamento) como prefiguração de Cristo (ex.: Salmo 22, Isaías 53).

    • Os judeus leem os mesmos textos como:
      
    • História de Israel (Isaías 53 como metáfora do povo judeu sofrendo entre as nações).
      
    • Promessas messiânicas futuras (um Messias ainda por vir, sem associação com sofrimento expiatório).

2. A Questão do Sacrifício

    • Para o cristianismo: "Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo" (João 1:29).
      
    • Para o judaísmo:
      
    • O sistema sacrificial do Templo sempre exigiu animais, nunca humanos (Levítico 1:3).
      
    • A expiação ocorria através de arrependimento (teshuvá) + sacrifício animal, nunca por substituição humana.

II. A CRUZ NA HISTÓRIA JUDAICA


1. O Trauma do Antissemitismo

    • A acusação de "deicídio" (assassinos de Deus) gerou perseguições por séculos:
      
    • Cruzadas
      
    • Pogroms
      
    • Discursos antissemitas (como os de Martinho Lutero)
      
    • O Vaticano II (1965) rejeitou oficialmente a culpa coletiva dos judeus (Nostra Aetate).


2. Respostas Rabínicas à Paixão

    • Maimônides (Rambam)
      "Jesus foi um falso messias, mas seu movimento ajudou a espalhar o monoteísmo entre os gentios" (Mishneh Torá, Hilkhot Melachim).
      
    • Rabino Jacob Emden (século XVIII)
      "Os ensinamentos morais de Jesus são compatíveis com a Torá, mas sua divindade é idolatria."

III. PERSPECTIVAS CABALÍSTICAS SURPREENDENTES

1. O Zohar e o Sofrimento dos Justos

    • Textos místicos falam de tzadikim (justos) que carregam as dores do mundo:
      "Quando um justo sofre, é como se o Shekhiná (Presença Divina) estivesse no exílio" (Zohar III, 218a).
      
    • Alguns cabalistas viram paralelos (não cristológicos) entre Jesus e figuras como Rabbi Akiva (martirizado pelos romanos).

2. O Conceito de Mashiach ben Yosef

    • Uma tradição obscura fala de um messias sofredor que precede o messias triunfante (Mashiach ben David).
      
    • Nunca associado a divindade ou expiação, mas a um líder militar que morre em batalha.

IV. JESUS NO TALMUD: OS TEXTOS POLÊMICOS

1. A Menção a "Yeshu"

    • Sanhedrin 43a descreve a execução de um "Yeshu" na véspera do Pessach:

    • Diferenças cruciais: apedrejamento (não crucificação), ocorrência em Lod (não Jerusalém).
      
    • Estudiosos debatem se é Jesus ou outro personagem.

2. O Talmude e a Ressurreição

    • Em Sanhedrin 106a, um Yeshu é descrito no Inferno sendo punido com "excremento fervente".
      
    • Interpretação rabínica: Reação ao proselitismo cristão no século II, não necessariamente sobre o Jesus histórico.

V. DIÁLOGO CONTEMPORÂNEO: UMA NOVA LEITURA


1. O Jesus Judeu

    • Acadêmicos judeus como Geza Vermes e David Flusser ressaltam:
      
    • Jesus foi um judeu observante que debateu dentro da tradição farisaica.
      
    • Suas parábolas seguem padrões rabínicos (compare com Hillel).

2. O Papa Francisco e o Fim da Teologia da Substituição

    • Em 2015, o Vaticano declarou: "A Aliança de Deus com os judeus nunca foi revogada."
      
    • Reconhecimento de que judeus não precisam de Cristo para salvação (Documento "O Dom da Torá").

CONCLUSÃO: DUAS VERDADES, UMA HISTÓRIA

"Dois povos olham para o mesmo homem na cruz:
Uns veem o rosto de Deus.
Outros, um filho de Israel caído.
Mas talvez haja uma terceira visão -
aquela que reconhece
que o sofrimento humano
é sempre sagrado,
e que o Gólgota
é também um espelho
de todas as vítimas da História."

PARA REFLETIR:

    • Como conciliar a devoção cristã com o respeito à sensibilidade judaica?
      
    • O que a Paixão ensina sobre como religiões interpretam o sofrimento?
Jesus é o autor e consumador da minha fé!            Paulo Franco.

sábado, 12 de abril de 2025

PESSACH: A Celebração da Liberdade e da Memória do Sofrimento

PESSACH: A Celebração da Liberdade e da Memória do Sofrimento

Por Paulo Franco

A Páscoa Judaica, Pessach, é muito mais que um ritual, é uma viagem no tempo, um mergulho na alma de um povo que carrega nas costas séculos de escravidão e libertação. Cada gesto, cada alimento, cada taça de vinho é um símbolo que sangra história e significado.

Os Quatro Cálices de Vinho: Sangue, Luta e Promessa

O vinho não é apenas bebida, é sangue da memória. Quatro taças são erguidas, cada uma representando uma das promessas de Deus ao povo hebreu no Êxodo: "Eu vos tirarei do Egito, Eu vos livrarei da servidão, Eu vos redimirei, Eu vos tomarei por Meu povo."

Mas há um quinto cálice, o de Eliyahu (Elias), que fica intocado, uma taça da esperança, do futuro, da redenção ainda por vir. O vinho escuro como o Nilo, doce como a liberdade, mas que traz na garganta o amargo da lembrança.

Água com Sal: Lágrimas dos Escravos

Antes da refeição, mergulha-se verduras em água salgada. Por quê? Porque o sal é o gosto das lágrimas derramadas na escravidão. O verde da erva representa a primavera, o renascimento, mas a água salgada lembra: não há liberdade sem dor.

As Ervas Amargas (Maror): O Sabor da Opressão

O maror, raiz-forte, rábano, ou alface romana, é mastigado com força. Seu amargo é a amargura da escravidão. Há quem diga que o nabo, duro e áspero, também entra nesse ritual, simbolizando a dureza do trabalho forçado.

Mas por que ervas diferentes? Porque a dor não é uma só. Há a dor física, a dor da humilhação, a dor da perda. Cada mordida é um soco no estômago, um lembrete: "Nunca mais".

Charoset: A Argamassa e a Doçura da Resistência

Uma pasta doce de maçã, nozes, vinho e canela, o charoset parece um contraste, mas não é. Sua textura lembra o barro com que os hebreus faziam tijolos no Egito. O doce? A esperança que os manteve vivos mesmo na escuridão.

O Cordeiro Pascal (Zeroá): O Sacrifício e o Sangue nos Umbrais

Um osso de cordeiro assado lembra o sacrifício do Êxodo, quando o sangue do animal marcou as portas dos hebreus, poupando-os da décima praga. É um símbolo de proteção e preço pago pela liberdade.

Matzá: O Pão da Pressa e da Humildade

Sem fermento, achatado, cru, o pão ázimo (matzá) é o pão da fuga, da urgência. Mas também é o pão dos pobres, dos que não têm tempo nem luxo. É a humildade transformada em alimento.

O Nome e a Essência: PESSACH, a Passagem
Pessach vem de "passar por cima", referência ao anjo da morte que passou sobre as casas marcadas. Mas também é a passagem da escravidão à liberdade, da morte à vida.

Conclusão: Lembrar Para Não Repetir

O Seder de Pessach não é um jantar, é um teatro sagrado, onde cada ator revive o papel de seus antepassados. Comer o amargo, beber o vinho, chorar sobre o sal, tudo para que nunca se esqueça, nunca se normalize a servidão.

Porque um povo que lembra sua dor está sempre um passo à frente da tirania.

Pessach Sameach! (Uma Páscoa Judaica Feliz!)          Paulo Franco.

quarta-feira, 9 de abril de 2025

A Lição do Ingrato

A Lição do Ingrato

Quando o mal-agradecido
Volta as costas a quem lhe estendeu a mão,
O tempo, mestre severo,
Lhe trará a lição.

Não importa a falsa glória,
Nem o orgulho que cega o olhar,
A vida cobra sua história
E o faz se lembrar.

Quem esquece o bem recebido,
Como folha ao vento vai rodar,
Até que o frio da ingratidão
Lhe force a se humilhar.

Pois a justiça do destino
Não falha, não trai, não erra:
Quem pisa em quem lhe ajudou
Cairá sobre a própria terra.              Paulo Frabco.

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