Eu e a porteira

La no ranchinho, sentado na porteira, vejo A sexta hora chegar...Já começa escurecer e o iambú começa Cantar...Leia mais!

quinta-feira, 1 de maio de 2025

Yom HaZikaron (Dia da Memória)

Yom HaZikaron (Dia da Memória) Na tradição judaica, tanto o luto quanto a alegria são aspectos profundamente conectados à vida e à fé. Dois exemplos marcantes disso são o ato de quebrar o copo em casamentos e o Yom HaZikaron (Dia da Memória) em Israel. Vamos explorar o significado de cada um: 1. Quebrar o Copo no Casamento Judaico No final da cerimônia de casamento judaico, o noivo (ou ambos os noivos) quebram um copo com o pé. Esse gesto simboliza: • Lembrança da destruição do Templo de Jerusalém (586 AEC e 70 EC), mesmo no momento de maior alegria, mostrando que a tristeza e a história do povo judeu nunca são esquecidas. • A fragilidade da vida humana – assim como o copo se quebra, a felicidade pode ser frágil, e é preciso valorizar cada momento. • Equilíbrio entre alegria e dor – o judaísmo ensina que a alegria plena só virá com a redenção final (a vinda do Mashiach), então mesmo em celebrações, há espaço para a reflexão. Essa tradição também serve como um lembrete de que o amor e o compromisso do casal devem ser tão fortes que, mesmo em tempos difíceis (representados pela quebra), permaneçam unidos. 2. Yom HaZikaron (Dia da Memória de Israel) O Yom HaZikaron é o dia nacional de Israel dedicado à memória dos soldados caídos e das vítimas de ataques terroristas. Ele é observado no 4º dia do mês de Iyar (geralmente em abril/maio), um dia antes do Yom HaAtzmaut (Dia da Independência de Israel). Por que essa conexão entre luto e alegria? • Transição solene: O Yom HaZikaron começa com um sino de alerta à noite, quando todo o país para por um minuto de silêncio. Há cerimônias em cemitérios militares e escolas, com leitura de nomes dos falecidos. • Luto coletivo: Israel é um país que valoriza profundamente aqueles que deram suas vidas por sua existência. O dia é marcado por histórias pessoais, canções tristes e um clima de reverência. • Passagem para a celebração: Ao pôr do sol, o clima muda abruptamente para o Yom HaAtzmaut, com fogos de artifício, danças e festas. Essa transição simboliza que a lembrança dos que morreram permitiu a existência do Estado Judeu. Significado mais profundo: Assim como no casamento, onde a quebra do copo une alegria e tristeza, o Yom HaZikaron mostra que a independência de Israel foi conquistada com grande sacrifício. O luto não é separado da celebração, mas parte integrante dela. Tanto o copo quebrado quanto o Yom HaZikaron refletem um princípio judaico central: a vida é uma mistura de alegria e dor, e ambas devem ser reconhecidas com respeito. Enquanto o copo no casamento lembra a história coletiva do povo judeu, o Yom HaZikaron honra aqueles que permitiram que o sonho de Israel se tornasse realidade. Estudo teológico por Paulo Franco.

quarta-feira, 30 de abril de 2025

Tá Ótimo

Tá Ótimo Quando teu olhar encontra o meu, E o mundo para... Tá ótimo assim. Gratidão brota, simples e fiel, Por esse amor, tão puro e sem fim. Nos teus braços encontro a paz, Refúgio certo, calor sem igual. E mesmo nos dias de tempestade, Tua esperança acende o meu farol. Não preciso de mais nada, Se contigo o tempo voa e dança. Tá ótimo neste instante, Nossa história, só gratidão e herança. Que o amanhã venha, se vier, Com a mesma luz que hoje sinto. Pois enquanto teu coração for meu, Tá ótimo... e o resto é infinito. Paulo Franco.

segunda-feira, 28 de abril de 2025

O Melhor que Me Aconteceu

O Melhor que Me Aconteceu Você foi e é o melhor da minha sorte, O amor já morto, em cinzas disperso... Mas veio você, trouxe a luz tão forte, Renasceu em mim o verso mais diverso. Eu jurei não amar, viver sem chama, O peito era um rio seco, sem canção. Surgiu você — e a vida se derrama Em doce enchente, pura como um dom. Não foi por acaso, não foi destino, Foi obra do céu, talvez poesia. Seu nome em meu peito é meu caminho, Eternidade num só dia. Ah, meu amor, você me fez de novo, Descartado eu era... mas hoje sou seu povo. Paulo Franco. (Por Paulo Franco, o Shakespeare de Uberlândia)

sexta-feira, 18 de abril de 2025

A PAIXÃO DE CRISTO SOB A ÓTICA JUDAICA: UMA ANÁLISE PROFUNDA

A PAIXÃO DE CRISTO SOB A ÓTICA JUDAICA: UMA ANÁLISE PROFUNDA Por Paulo Franco, (Uma abordagem que respeita ambas as tradições, revelando nuances históricas e teológicas) A visão dos judeus convertidos ao cristianismo (conhecidos como judeus messiânicos ou cristãos de origem judaica) sobre a Paixão de Cristo é profundamente influenciada por sua dupla herança espiritual. Sua interpretação geralmente une elementos da tradição judaica com a fé cristã, criando uma perspectiva única. Aqui está uma análise detalhada: 1. A Paixão como Cumprimento Profético • Leitura messiânica do Tanach (Antigo Testamento): • Judeus cristãos veem a Paixão como o cumprimento direto das profecias judaicas, como: • Salmo 22 ("Transpassaram minhas mãos e meus pés") → Crucifixão. • Isaías 53 ("Homem de dores, aquinhoado com o sofrimento") → Sofrimento expiatório de Jesus. • Zacarias 12:10 ("Olharão para Aquele que traspassaram") → Luto por Jesus como Messias. Comparação com o Pessach: Muitos veem Jesus como o "Cordeiro Pascal" (Êxodo 12), cujo sangue traz libertação espiritual. A Última Ceia é interpretada como um Seder de Pessach messiânico. 2. A Questão do Sacrifício e Expiação • Sacrifício único vs. sistema do Templo: • Enquanto o judaísmo rabínico enfatiza o arrependimento (teshuvá) e, historicamente, os sacrifícios animais, judeus cristãos creem que: • Jesus cumpriu e substituiu o sistema sacrificial (Hebreus 9-10). • Seu sangue tem o mesmo significado simbólico que o sangue do cordeiro no Êxodo. A Visão Judaica Tradicional ortodoxo sobre a Paixão de Cristo Contexto Histórico O judaísmo não reconhece Jesus como Messias ou divindade. Os eventos da Paixão são vistos como um relato histórico sobre um judeu do século I que foi executado pelos romanos, sem significado salvífico. A crucificação era um método romano de execução, não uma prática judaica (o judaísmo antigo praticava o apedrejamento para crimes capitais). I. AS RAÍZES DO DIVÓRCIO INTERPRETATIVO 1. O Problema Hermenêutico • Os cristãos leem o Tanach (Antigo Testamento) como prefiguração de Cristo (ex.: Salmo 22, Isaías 53). • Os judeus leem os mesmos textos como: • História de Israel (Isaías 53 como metáfora do povo judeu sofrendo entre as nações). • Promessas messiânicas futuras (um Messias ainda por vir, sem associação com sofrimento expiatório). 2. A Questão do Sacrifício • Para o cristianismo: "Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo" (João 1:29). • Para o judaísmo: • O sistema sacrificial do Templo sempre exigiu animais, nunca humanos (Levítico 1:3). • A expiação ocorria através de arrependimento (teshuvá) + sacrifício animal, nunca por substituição humana. II. A CRUZ NA HISTÓRIA JUDAICA 1. O Trauma do Antissemitismo • A acusação de "deicídio" (assassinos de Deus) gerou perseguições por séculos: • Cruzadas • Pogroms • Discursos antissemitas (como os de Martinho Lutero) • O Vaticano II (1965) rejeitou oficialmente a culpa coletiva dos judeus (Nostra Aetate). 2. Respostas Rabínicas à Paixão • Maimônides (Rambam) "Jesus foi um falso messias, mas seu movimento ajudou a espalhar o monoteísmo entre os gentios" (Mishneh Torá, Hilkhot Melachim). • Rabino Jacob Emden (século XVIII) "Os ensinamentos morais de Jesus são compatíveis com a Torá, mas sua divindade é idolatria." III. PERSPECTIVAS CABALÍSTICAS SURPREENDENTES 1. O Zohar e o Sofrimento dos Justos • Textos místicos falam de tzadikim (justos) que carregam as dores do mundo: "Quando um justo sofre, é como se o Shekhiná (Presença Divina) estivesse no exílio" (Zohar III, 218a). • Alguns cabalistas viram paralelos (não cristológicos) entre Jesus e figuras como Rabbi Akiva (martirizado pelos romanos). 2. O Conceito de Mashiach ben Yosef • Uma tradição obscura fala de um messias sofredor que precede o messias triunfante (Mashiach ben David). • Nunca associado a divindade ou expiação, mas a um líder militar que morre em batalha. IV. JESUS NO TALMUD: OS TEXTOS POLÊMICOS 1. A Menção a "Yeshu" • Sanhedrin 43a descreve a execução de um "Yeshu" na véspera do Pessach: • Diferenças cruciais: apedrejamento (não crucificação), ocorrência em Lod (não Jerusalém). • Estudiosos debatem se é Jesus ou outro personagem. 2. O Talmude e a Ressurreição • Em Sanhedrin 106a, um Yeshu é descrito no Inferno sendo punido com "excremento fervente". • Interpretação rabínica: Reação ao proselitismo cristão no século II, não necessariamente sobre o Jesus histórico. V. DIÁLOGO CONTEMPORÂNEO: UMA NOVA LEITURA 1. O Jesus Judeu • Acadêmicos judeus como Geza Vermes e David Flusser ressaltam: • Jesus foi um judeu observante que debateu dentro da tradição farisaica. • Suas parábolas seguem padrões rabínicos (compare com Hillel). 2. O Papa Francisco e o Fim da Teologia da Substituição • Em 2015, o Vaticano declarou: "A Aliança de Deus com os judeus nunca foi revogada." • Reconhecimento de que judeus não precisam de Cristo para salvação (Documento "O Dom da Torá"). CONCLUSÃO: DUAS VERDADES, UMA HISTÓRIA "Dois povos olham para o mesmo homem na cruz: Uns veem o rosto de Deus. Outros, um filho de Israel caído. Mas talvez haja uma terceira visão - aquela que reconhece que o sofrimento humano é sempre sagrado, e que o Gólgota é também um espelho de todas as vítimas da História." PARA REFLETIR: • Como conciliar a devoção cristã com o respeito à sensibilidade judaica? • O que a Paixão ensina sobre como religiões interpretam o sofrimento? Jesus é o autor e consumador da minha fé! Paulo Franco.
Pages 38« 123456 »

LEITURA

LEITURA

 
Real Time Web Analytics