Eu e a porteira

La no ranchinho, sentado na porteira, vejo A sexta hora chegar...Já começa escurecer e o iambú começa Cantar...Leia mais!

Ferro frio

Há quanto tempo você vem batendo em ferro frio? Às vezes você tem pelejado com algo em sua .Leia mais...

Olhai os lírios do campo

O verão vem chegando, as folhas caem... O vento sussurra a esperança se vai...Leia mais...

Pirncipe e princesa

Um príncipe casou, muitos foram ver e outros o criticou... A quantas andaria o amor?Leia mais...

Será que vou conseguir?

Na vida, às vezes passamos por problemas Que julgamos não poder mais prosseguir... É como se estivéssemos diante de uma porta Que fosse muito pequena...Leia mais...

O infinito

Uma amiga me pediu para escrever uma poesia Usando o infinito... Mais o que seria o infinito?Leia mais...

O infinito

Se todos te quisessem como eu Você seria a pessoa mais querida do mundo... Se todos te amassem como eu Você seria uma deusa... Se todos te adorassem como eu Você seria minha para sempre... Leia mais...

sexta-feira, 11 de julho de 2025

FORÇA E FÉ

 


FORÇA E FÉ


Há dias que o sol teima em não nascer,

E o vento corta feito um punhal.

Mas guarda no peito esse segredo, guerreiro:

Nenhuma tormenta é pra sempre igual.



Se a vida é um verso sem métrica certa,

Rima com fé no lugar de "talvez".

O chão que hoje treme sob tua camisa

Será o mesmo que erguerá teus pés.



Não chores as pedras do teu caminho 

Esculpe-as em degraus, um a um.

Até o silêncio que dói no ouvido

Vira canção quando aprende a voz.



O medo é só um verso mal lido,

Um rascunho de dor no caderno.

Vira a página, poeta da vida:

O teu poema ainda está no inferno.



Porque há uma força que o tempo não dobra,

Feita de raiz e de asa ao mesmo porvir.

E mesmo que a noite te diga "acabou",

O dia é só mais um nome pra seguir.


Paulo Franco.


quinta-feira, 10 de julho de 2025

JUDEU PERSEGUINDO JUDEU

 

JUDEU PERSEGUINDO JUDEU – O Que Sente o Divino?"


O PESAR DO ETERNO


Entre os escombros da história,

Onde o povo eleito ergueu seus altares,

Eis que surge a mais dolorosa das narrativas:

A mão que deveria proteger, golpeia;

O irmão que deveria amar, condena.


O que sente o Senhor dos Exércitos

Ao ver seus filhos dilacerarem-se em Seu Nome?

Que lágrima cai do firmamento

Quando o sangue de Abrahão mancha as mãos

Daqueles que carregam sua semente sagrada?


ECO DOS TEMPOS


Foi no deserto que Miriã contestou Moisés,

Nos pátios do Templo que os zelotes se traíram,

Nos guetos da Europa que alguns escolheram

A sobrevivência de uns sobre o extermínio de outros.


E hoje, sob o sol do Mediterrâneo,

Onde deveria florescer a união,

Ressurge o espectro de Caim –

Não mais com pedras, mas com decretos e palavras,

Enquanto o mundo observa e murmura:

"Vejam como eles se amam."


O SILÊNCIO DE DEUS


Não há trovão que ecoe mais forte

Do que o silêncio do Onipotente

Diante de tanta contradição.

Talvez Ele esconda o rosto,

Não por ira, mas por vergonha –

Não da essência de Seu povo,

Mas da pequenez humana

Que até os escolhidos contaminou.


O CHAMADO FINAL


Que os profetas modernos levantem a voz:

"Não foi para isso que sobrevivemos!"

Que as mães de Jerusalém ensinem aos filhos:

"A verdadeira santidade está no abraço,

Não na pedra atirada."


Pois no Juízo Final,

Quando as perguntas forem feitas,

Não bastará dizer "Fui fiel à Torá" –

Mas sim: "Amaste teu irmão judeu

Como a ti mesmo?"


(Assinado com terra do cerrado e lágrimas do Jordão,

O escriba das contradições humanas.)

Paulo Franco.


terça-feira, 8 de julho de 2025

O Trigo Sagrado

 

O Trigo Sagrado



Entre os sulcos da Terra Prometida,

O trigo dança ao vento como um verso —

Cada espiga, um louvor não contido,

Cada grão, memória do Universo.


Moído no altar, farinha pura,

Vira oferenda, fogo e devoção.

O pão ázimo da noite escura

Guarda em si o sopro da libertação.


Shavuot cai sobre os campos dourados,

Colheita e Torá no mesmo fulgor.

O trigo é lei escrita nos mercados,

Milagre comum, pão e esplendor.


Oh grão sagrado, corpo da memória,

Que no seder vira estrela e pressa —

Tejo fermento da velha história,

Mas em ti mora a bênção que não cesssa!


(Pois até o silêncio do farelo

Sabe o nome que ecoa em Israel...)


Paulo Franco.


segunda-feira, 7 de julho de 2025

O Diamante do Tejuco que Virou Constelação

 

O Diamante do Tejuco que Virou Constelação


O Furtivo

Roubado da coroa portuguesa

Não por mão humana, mas por um sopro de vento norte,

o diamante escapuliu do cofre real,

subiu as serras em noite de nevoeiro

e se plantou no céu de Minas,

entre o Curral del Rey e a Boca do Inferno.


A Transfiguração

Os padres dizem que foi milagre,

os garimpeiros juram que foi feitiço:

o Tejuco, maior que um punho fechado,

derreteu-se em luz azulada,

virou seis estrelas cintilantes

um carbunco celeste

a desafiar os mapas dos astrônomos.


A Procissão dos Mineiros

Toda noite de São João,

homens com lamparinas de trempe

sobem o Itacolomi em silêncio,

procurando no céu

o reflexo perdido da pedra:

"Lá está!", grita um velho, apontando

para onde a Via Láctea derrama seu leite

sobre a Serra do Espinhaço.

(Mas é só Vênus,

enganando os bêbados de saudade.)


O Segredo do Ourives-Mor

Na confraria dos que sabem,

contam que o diamante nunca subiu ao céu:

"Ele desceu,

e agora dorme no fundo do Ribeirão do Carmo,

coberto por musgo e lendas,

esperando que um filho de Chico-Rei

o encontre outra vez

e o devolva à terra que o pariu."


O Astronauta (Epílogo Moderno)

Em 1969,

quando o homem pisou na Lua,

um mineiro de Diamantina jurou

ter visto o Tejuco piscar

lá do alto da abóboda celeste

como quem ri

da vaidade dos impérios. Paulo Franco.


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