Eu e a porteira

La no ranchinho, sentado na porteira, vejo A sexta hora chegar...Já começa escurecer e o iambú começa Cantar...Leia mais!

domingo, 4 de maio de 2025

O Caminho do Imperfeito

O Caminho do Imperfeito

Se eu tentar corrigir todos os meus erros...
Talvez perca o que sou, minha essência em pedaços.
A tinta que escorre, a palavra que falha...
São rastros do humano, vestígios de algo.

Mas se eu caminhar, mesmo tropeçando...
Rumo ao alvo distante, essa perfeição branca...
O chão que me fere, o vento que dobra...
Serão lições vivas, não só dor, mas obra.

Não sou o poeta de versos exatos...
Sou o que se rasga entre luz e recatos.
Cada falha, um sulco; cada queda, um verso.
O caminho me talha, sou barro, mas aperfeiçôo-me.

Há uma verdade nos meus erros
que minhas certezas nunca souberam carregar...
são cicatrizes de luz,
letras que escorregaram do verso
e fundaram cidades onde eu não sabia morar.

A perfeição seria um túmulo branco:
nenhuma palavra ousaria respirar
nesse ar parado de museu.
Prefiro a tinta viva,
o risco que sangra sentido,
o rascunho que me ensina
a ser mais humano que poema.

Caminho? Sim, mas não reto...
serpenteio entre rasuras,
beiro abismos de vírgulas,
invento atalhos na gramática do acaso.
O alvo é apenas o pretexto
para que eu me perca
e me encontre escrito
nas margens que julguei vazias.        Paulo Franco.

sexta-feira, 2 de maio de 2025

O Vinho da Alegria


O Vinho da Alegria

Há na taça um rubro brilho,
Um segredo antigo e santo,
Que despertou no meu encanto
O mais puro doce vinho.

Do alvarinho ao tinto cheiro,
Do bourdeaux ao suave branco,
Cada aroma é um romance,
Cada gole, um mundo inteiro.

Nas taças de cristal fino,
O licor dança e suspira,
Como um beijo que delira
Nos lábios de um peregrino.

O tinto, sangue da terra,
O branco, luz do verão,
O rosé, doce canção
Toda alegria se encerra.

E lembro o milagre em Caná,
Quando a água, humilde e pura,
Virou vinho da doçura
No casamento sem igual.

Porque o Senhor, em seu ardor,
Sabia que a vida é breve,
E quis que o homem, em sua sede,
Bebesse também amor.

Então ergamos a taça,
Neste instante fugidio,
Pois o vinho é o sorriso
Que a tristeza despedaça.

E bebamos sem temor,
Como quem sabe que um dia
Toda água se faria
Em vinho… e o vinho, em amor!     Paulo Franco.

quinta-feira, 1 de maio de 2025

Yom HaZikaron (Dia da Memória)


Yom HaZikaron (Dia da Memória)

Na tradição judaica, tanto o luto quanto a alegria são aspectos profundamente conectados à vida e à fé. Dois exemplos marcantes disso são o ato de quebrar o copo em casamentos e o Yom HaZikaron (Dia da Memória) em Israel. Vamos explorar o significado de cada um:

1. Quebrar o Copo no Casamento Judaico

No final da cerimônia de casamento judaico, o noivo (ou ambos os noivos) quebram um copo com o pé. Esse gesto simboliza:

    • Lembrança da destruição do Templo de Jerusalém (586 AEC e 70 EC), mesmo no momento de maior alegria, mostrando que a tristeza e a história do povo judeu nunca são esquecidas.

    • A fragilidade da vida humana – assim como o copo se quebra, a felicidade pode ser frágil, e é preciso valorizar cada momento.
      
    • Equilíbrio entre alegria e dor – o judaísmo ensina que a alegria plena só virá com a redenção final (a vinda do Mashiach), então mesmo em celebrações, há espaço para a reflexão.

Essa tradição também serve como um lembrete de que o amor e o compromisso do casal devem ser tão fortes que, mesmo em tempos difíceis (representados pela quebra), permaneçam unidos.

2. Yom HaZikaron (Dia da Memória de Israel)

O Yom HaZikaron é o dia nacional de Israel dedicado à memória dos soldados caídos e das vítimas de ataques terroristas. Ele é observado no 4º dia do mês de Iyar (geralmente em abril/maio), um dia antes do Yom HaAtzmaut (Dia da Independência de Israel).

Por que essa conexão entre luto e alegria?

    • Transição solene: O Yom HaZikaron começa com um sino de alerta à noite, quando todo o país para por um minuto de silêncio. Há cerimônias em cemitérios militares e escolas, com leitura de nomes dos falecidos.
      
    • Luto coletivo: Israel é um país que valoriza profundamente aqueles que deram suas vidas por sua existência. O dia é marcado por histórias pessoais, canções tristes e um clima de reverência.
      
    • Passagem para a celebração: Ao pôr do sol, o clima muda abruptamente para o Yom HaAtzmaut, com fogos de artifício, danças e festas. Essa transição simboliza que a lembrança dos que morreram permitiu a existência do Estado Judeu.

Significado mais profundo:

Assim como no casamento, onde a quebra do copo une alegria e tristeza, o Yom HaZikaron mostra que a independência de Israel foi conquistada com grande sacrifício. O luto não é separado da celebração, mas parte integrante dela.


Tanto o copo quebrado quanto o Yom HaZikaron refletem um princípio judaico central: a vida é uma mistura de alegria e dor, e ambas devem ser reconhecidas com respeito. Enquanto o copo no casamento lembra a história coletiva do povo judeu, o Yom HaZikaron honra aqueles que permitiram que o sonho de Israel se tornasse realidade.

Estudo teológico por Paulo Franco.

quarta-feira, 30 de abril de 2025

Tá Ótimo

Tá Ótimo

Quando teu olhar encontra o meu,
E o mundo para... Tá ótimo assim.
Gratidão brota, simples e fiel,
Por esse amor, tão puro e sem fim.

Nos teus braços encontro a paz,
Refúgio certo, calor sem igual.
E mesmo nos dias de tempestade,
Tua esperança acende o meu farol.

Não preciso de mais nada,
Se contigo o tempo voa e dança.
Tá ótimo neste instante,
Nossa história, só gratidão e herança.

Que o amanhã venha, se vier,
Com a mesma luz que hoje sinto.
Pois enquanto teu coração for meu,
Tá ótimo... e o resto é infinito.          Paulo Franco.
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